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COCAÍNA


A cocaína-COC é um dos alcalóides presentes nas folhas de duas espécies do gênero Erytroxylum, conhecida popularmente como coca, a Erytroxylum novogranatense, possui uma variedade denominada trujjilo, cultivada de forma legal e sua produção é destinada à indústria farmacêutica.
A COC é usada na indústria farmacêutica como anestésico local, bem como na indústria alimentícia como constituinte de chás, já a Erytroxylum coca, diferentemente da anterior é a principal fonte de produção ilícita.
As folhas passam por um processo de maceração, sendo posteriormente convertidas em pasta de coca, produzindo o cloridrato de cocaína - COCHCL, sal mais comumente usado na auto-administração.
Estima-se que 100 kg de folhas de coca, formam 1.000 g de pasta de coca e 800g do respectivo cloridrato.
Existem cerca de 200 espécies, no entanto, somente 17 delas são utilizadas para extrair a cocaína. O arbusto pode ser encontrado acima da Bahia Amazônica e ao leste dos Andes. Seu cultivo se dá em clima tropical e em altas altitudes.
A cocaína é um poderoso anestésico local e age como potente agente simpatomimético com efeitos estimulantes no SNC, sendo estimulante central de ocorrência natural, razão pela qual é usada como fármaco de abuso.
Na forma de base livre (COC-base), a cocaína apresenta baixo ponto de fusão (96ºC a 98ºC) e, quando aquecida, possibilita a inalação dos seus vapores. A forma mais comum da base livre é o crack, oriundo a partir do aquecimento da solução aquosa do cloridrato com uma substância básica, normalmente o bicarbonato de sódio.
O fácil acesso ao crack ocorre devido a preferência dos traficantes por comercializar esta forma, pois o lucro a curto prazo é muito elevado. A farmacodependência se dá de forma rápida, tornando o usuário um comprador assíduo.
É importante ressaltar os males provocados pela cocaína, sobretudo em gestantes, pois o uso na gravidez provoca efeitos perinatais como: retardamento no desenvolvimento fetal, malformações congênitas, placenta abrupta, cardiomiopatias, distúrbios de comportamento, microcefalia e morte intra-uterina.
Após o uso crônico, se a cocaína for retirada o indivíduo pode apresentar depressão, fadiga, irritabilidade, impotência, tremores, dores musculares, distúrbios da fome, efeitos tóxicos, distúrbios psiquiátricos, respiratórios, cardiovasculares, hepáticos  entre outros. 


Fonte: OGA, Seizi. Fundamentos de Toxicologia. 2ª edição.


Vídeo sugerido: https://www.youtube.com/watch?v=gHSIbaTikRQ 

Nome: Jacinta Macena de Sousa

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