INTERAÇÃO ENTRE ANTICONCEPCIONAIS E
ANTIBIÓTICOS
Para boa parte da população, o grande vilão dos
anticoncepcionais são os antibióticos. A ideia de que os antibióticos cortam o
efeito da pílula é muito difundida, e durante muito tempo, a própria classe
médica atuou de forma a propagar essa informação. Sempre houve relatos
esporádicos de falhas do contraceptivo hormonal após uso de antibióticos, o que
servia para dar uma suposta sustentação científica para o fato. Porém, na
última década, vários estudos foram conduzidos de forma a avaliar a real
interação entre anticoncepcionais e antibióticos. Os resultados foram, de certo
modo, surpreendentes.
Os únicos antibióticos que realmente cortam o
efeito da pílula são a Rifampicina e o seu derivado Rifabutina, drogas usadas
habitualmente contra a tuberculose, hanseníase (lepra) e na profilaxia da
meningite. A rifampicina reduz os níveis sanguíneos de Etinil estradiol e
Progestina, as formas sintéticas do estrogênio e da progesterona presentes nos
anticoncepcionais, fazendo com a eficácia da pílula fique reduzida. Mulheres
que precisam usar esta droga devem escolher um método contraceptivo não
hormonal, como preservativos.
Em relação às outras classes de antibióticos NÃO houve
comprovação científica de que qualquer uma delas possa ter efeitos na eficácia
da pílula.
Até alguns anos atrás, recomendava-se cautela na
associação de anticoncepcionais e antibióticos, como as tetraciclinas,
metronidazol e os derivados da penicilina, como amoxicilina e cefalosporinas,
pois existiam relatos esporádicos de anulação do efeito da pílula por esses
antibióticos. Todavia, como já dito, estudos mais recentes não conseguiram
comprovar esta relação. Por isso, atualmente, não se recomenda nenhum tipo de
cuidado para as mulheres que usam antibióticos e anticoncepcionais ao mesmo
tempo (exceto, claro, no caso da rifampicina).
Para que não reste dúvida, não há nenhuma prova
científica de que os seguintes antibióticos cortem o efeito da pílula anticoncepcional:
– Amoxicilina.
– Amoxicilina + ácido clavulânico.
– Azitromicina.
– Cefalexina.
– Cefazolina.
– Cefotaxima.
– Cefuroxime.
– Claritromicina.
– Clindamicina.
– Ciprofloxacino.
– Doxiciclina.
– Eritromicina.
– Flucloxacilina
– Fosfomicina.
– Gentamicina.
– Levofloxacino.
– Metronidazol.
– Minociclina.
– Moxifloxacino.
– Nitrofurantoína.
– Norfloxacino.
– Ofloxacino.
– Penicilina benzatina (benzetacil).
– Penicilina V.
– Tetraciclinas.
– Trimetoprim-sulfametoxazol.
– Amoxicilina + ácido clavulânico.
– Azitromicina.
– Cefalexina.
– Cefazolina.
– Cefotaxima.
– Cefuroxime.
– Claritromicina.
– Clindamicina.
– Ciprofloxacino.
– Doxiciclina.
– Eritromicina.
– Flucloxacilina
– Fosfomicina.
– Gentamicina.
– Levofloxacino.
– Metronidazol.
– Minociclina.
– Moxifloxacino.
– Nitrofurantoína.
– Norfloxacino.
– Ofloxacino.
– Penicilina benzatina (benzetacil).
– Penicilina V.
– Tetraciclinas.
– Trimetoprim-sulfametoxazol.
É importante salientar que, apesar do texto falar
muito em pílula anticoncepcional, nenhum dos anticoncepcionais hormonais, sejam
eles sob a forma de pílula, injeção, adesivo ou implantes têm sua eficácia
reduzida pelos antibióticos. Portanto, a difundida ideia de que antibióticos
cortam o efeito dos anticoncepcionais é falsa na imensa maioria dos casos.
Ana Cristina dos Santos Ramos-farmácia 2017.2
07/09/2017
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